Agentes da Divisão de Homicídios prenderam na manhã de ontem, segunda-feira (30), dois suspeitos de matar Marcelo Fortes Marins, de 34 anos, funcionário de uma empresa de saúde na Zona Oeste do Rio.
Marcelo foi encontrado morto em casa no dia 14 de janeiro na Barra da Tijuca. No dia do crime, um vizinho viu a porta aberta e encontrou o corpo, que estava com as mãos amarradas e tinha sinais de espancamento. Vários pertences foram roubados do apartamento.
Milton Mathias de Andrade, de 22 anos, e Laudiano Freitas Silva, o Pelé, de 19, suspeitos do assassinato, foram apresentados na manhã desta terça-feira, 31. Os autores confessaram o crime, dizendo que mataram porque teriam mantido relações sexuais com a vítima, e que o mesmo havia se negado a pagar os R$ 50 que cada um deles iria receber pelo programa. Os assassinos vasculharam a casa, subtraindo um laptop, um óculos escuro, R$ 600 em dinheiro e outros pertences. Os óculos foram encontrados na casa de Milton. O laptop foi vendido por Laudiano para um comerciante da favela Rio das Pedras, onde ele mora.
Um terceiro suspeito também foi preso. Com ele foram apreendidos pertences que foram roubados da casa da vítima no dia do crime.
Num primeiro momento os acusados tentaram justificar o ocorrido, dizendo que a vítima havia estabelecido contato, por telefone com Milton, e pedira que ele levasse mais um amigo para uma festa na sua casa. Ao chegarem a casa do empresário, os suspeitos teriam sido surpreendidos pelo comportamento da vítima, que teria forçado um contato sexual. Eles teriam se recusado e depois espancaram e daram duas marteladas na vítima.
A polícia chegou aos suspeitos graças ao depoimento de três testemunhas, que viram Milton deixando a casa do empresário morto. A descrição ajudou os investigadores a identificar o suspeito. Na semana passada os agentes da DH monitoraram o local onde Milton morava durante três dias. Depois de prender Milton, a polícia conseguiu identificar Laudiano. Os assassinos não tinham antecedentes criminais.
Foi um crime bárbaro — explicou o delegado Rivaldo Barbosa, titular da DH.
No dia seguinte ao crime, parentes de Marcelo prestaram depoimento. "Meu irmão era uma pessoa boa, ele tinha uma posição financeira boa, ajudava muita gente, seja psicologicamente, financeiramente, mas eu acredito que a pessoa que fez isso é algum conhecido dele, que entrou e ele, por não poder ajudar, ou dizer não, fez essa maldade com ele", disse Érica Marins, irmã da vítima.
"O que eu mais quero na vida, porque ele não merecia uma morte dessas, tão covarde, o que fizeram com ele foi a maior covardia. porque isso aí é um anjo que tá aí, gente", declarou emocionada Maria de Lurdes Fortes, avó de Marcelo.
Já prevejo a chuva de comentário onde alguns irão colocar a culpa na vítima. Pior, muitos homossexuais ainda irão alegar que o empresário foi imprudente, e assumiu um "comportamento de risco", ao lavar os suspeitos para sua casa. Ou seja, no final das contas, a culpa sempre é da vítima. Uma total e cruel inversão de valores.
O que essas pessoa precisam de uma vez por todas entender é que, não existe justificativa para um assassinato tão brutal. Os assassinos sabiam muito bem do que se tratava, e se não queriam, ou se na hora desistiram, bastava terem ido embora.
Marcelo agora faz parte de uma cruel estatística, apenas um número